Wednesday, May 24, 2006

E o inferno gelou o paraíso

Pois é, finalmente uma banda de hard-rock ou heavy-metal apareceu no Festival da Eurovisão e resultado? Venceu!!! Os Lordi, provenientes da Finlândia, apareceram mascarados de trolls e esqueletos e conquistaram a Europa da canção. Mas porquê?

Esta era a pergunta que Iládio Clímaco fazia quando observava incrédulo as votações e tratava os membros da banda como “monstrinhos” que faziam uma música ruidosa e tentava explicar que teria sido um sentimento de pena e surpresa que levava a este desfecho.

Nada de tão mais falso. Num festival que é dominado por politiquices, em que o vizinho dá a pontuação máxima ao vizinho e vice-versa, assistiu-se a uma votação massiva na banda proveniente da Finlândia. Claro que os que mais ajudaram foram os vizinhos da Noruega, da Finlândia, da Dinamarca, da Rússia, mas temos que achar também compreensível por se tratarem de países onde o heavy metal tem uma maior implantação. Seja como for, o resto da Europa, com excepção de alguns países do sul votaram na música revelando que os europeus estão fartos da canção pop e pretendem que as representações nacionais sejam verdadeiramente originais.

Dá que pensar aos portugueses que nos últimos anos têm apostado exactamente na canção pop… em português. Quando é que vão perceber que o português só dá dimensão ao que é verdadeiramente nosso, o fado e derivados. Aliás os grandes resultados de Portugal na Eurovisão sempre advieram daí, certo?


EMP: Get your free magazine now!

Monday, May 08, 2006

Neil Young de volta ao protesto

O novo álbum de Neil Young de seu nome “Living With War” é um manifesto contra o presidente dos EUA, George W. Bush.

Neil Young sempre foi conhecido pela sua faceta de luta contra o estado letárgico que os americanos costumam adoptar quando os seus presidentes se põem a fazer de Deus do mundo. Quando fazia parte dos Crosby, Stills, Nash and Young lutou avidamente contra a guerra do Vietname e na sua carreira a solo sempre fez referência ao estado de coisas deste mundo, nomeadamente com clássicos como “Rockin’ In A Free World”.

Desta vez, Neil Young tomou como ponto de ataque a política de George W. Bush e faz uma tentativa de alertar as mentes mais adormecidas para o problema que têm em mãos. Musicas como “Living With War”, “Flags of Freedom”, “The Restless Consumer” seguirão esta tentativa de despertar as consciências, seguidas de “Let’s Impeach the President” e “Lookin’ For a Leader” como mensagens directas ao presidente dos EUA. Tudo para terminar com uma mensagem de esperança e de amor a uma pátria que nem sequer é a dele (Neil Young nasceu no Canadá) com “America The Beautiful”.

Em termos musicais, o álbum não traz muito de novo ao que conhecemos de Neil Young. As roupagens são um pouco as mesmas e poderiam ser encontradas em álbuns dos anos 60 ou 80, mas isso não importa nada desde que a mensagem passe.

Friday, May 05, 2006

Há luz depois da razão?

Os Hoobastank estão de volta com um novo álbum de seu nome “Very Man for Himself”, o sucessor de “The Reason”. E suceder a um álbum tão bem acolhido pelas massas não é obviamente uma tarefa fácil. A quantidade de singles extraídos de “The Reason” que dominaram o airplay das rádios não é nada fácil.

O álbum inicia-se com sons da recruta. Um álbum de guerra seria de esperar, ou pelo menos de guerrilha. Contra o país, contra o “establishment”, contra o seu passado, sei lá! E a verdade é que existem músicas assim como “Born to Lead”, “Without a Fight”. Mas há mais. Há muitos potenciais singles. “Moving Forward”, “If I Were You” que já roda nas rádios portugueses que sempre me pareceu um single do álbum “The Reason” pela entrada de Feira popular, e de tão melodiosa que soa. “The First Of Me” ou “Good Enough” vem um pouco no registo dos Hoobastank anteriores a “The Reason”, mais virado para o metal  melodioso. “Without A Fight” parece um sucedâneo de “Same Direction”. “Look Where We Are” é de inicio uma incursão ao country mas bem disfarçada. “If Only” é mais uma “balada” que entrará de certeza facilmente nos ouvidos do pessoal e fará parte de muitas bandas sonoras de romance .

Enfim, um álbum bem conseguido, que obviamente estará umbelicamente ligado ao anterior, mas bem conseguido e que não deixará de ter grande airplay!

Wednesday, May 03, 2006

A idade passa, a pedalada continua lá

Os Pearl Jam estão de volta com mais um álbum de originais, de seu nome… “Pearl Jam”. Não deixa de ser estranho que ao 8º álbum finalmente tenham adoptado o nome da banda para dar nome a um álbum seu. Será um best of? Um recomeçar da banda? Nada disso! Ou melhor, o álbum não nos traz os grandes hinos da banda ou cria no nosso imaginário esperanças que as músicas contidas neste álbum o venham a ser, com uma ou outra excepção. E também não nos estaremos a voltar ao tempo de “Ten”.

Então que temos neste álbum? Pedalada, muita pedalada e uma visita aos anos 60! A idade parece não ter pesado nas pernas, braços, vozes dos membros da banda. A música está consistente, com visitas ao velho rock do amigo da banda Neil Young ou o som surf dos anos 60, muita intervenção social neste mundo cada vez mais dominado pelas grandes corporações e por um governo despótico nos EUA.

O primeiro single da banda de seu nome “Worlwide Suicide” transparece a força que tem o álbum para oferecer. “Marker in the sand” é uma música que certamente atingirá o estatuto de single e que nos traz um pouco de No Code. Temos ainda uma balada de seu nome “Parachutes” que nunca ficará mal por ser tão extremamente simples e bela. Depois vamos a abrir com “Big Wave”, e finalmente temos os Pearl Jam de “Ten” na música “Gone”, provavelmente o próximo single do álbum. O inicio de “Army Reserve” mais parece saído de um álbum dos U2 (a sério que foi a primeira coisa que me fez lembrar, e estava mesmo a ver a voz do Bono ali) mas depois entra mais no registo dos Pearl Jam mais pela intervenção de Eddie Vedder do que propriamente pela música em si. E depois temos o pedido “soul” de “Come Back”, a mais bela música do álbum aquela que certamente fará toda a gente cantar nos concertos e eventualmente acender o isqueiro.

Em suma, o álbum pareceu-me muito bom mas, como sempre, o que importará será quando subirem ao palco nos dias 4 e 5 de Setembro no Pavilhão Atlântico. A essência da música dos Pearl Jam está nos seus concertos e é aí que provam ser uma das maiores bandas do mundo. O álbum serviu certamente para abrir ainda mais o apetite para o concerto.

Monday, May 01, 2006

Quando a imagem não nos sai da cabeça

Não posso dizer que seja um grande apreciador da música dos Lifehouse. Para mim não são mais que uns American Hi-Fi ou similares, filhos menores do Poppy Punk, que juntam melodia e punk(??? Será isso mesmo???).

No entanto, não é essa vertente da sua música que me leva a escrever algo sobre estes. Antes é uma bela música de seu nome “You And Me”. Como tem sido costume nos últimos tempos o que estas bandas têm aproveitado é colocar um pouco de “romance” nas suas músicas e logo nos começamos a identificar com elas.

Nesta música a determinado ponto no refrão cantam “I can’t keep my eyes off of you”. Para mim, como penso para grande parte da população este é o sentimento básico do amor. Mesmo que não falemos, mesmo que estejamos longe nada é mais confortante do que olhar para a pessoa amada ou, na pior das hipóteses, para uma reprodução da sua imagem. O mesmo acontece comigo e essa imagem transpõe-se para o telemóvel, para a cabeça. Todos os dias, ao acordar, ao deitar.

Enfim, foram felizes estes rapazes ao escrever esta música que me traz tanto de conforto como de dor.



"You And Me"

What day is it? And in what month?
This clock never seemed so alive
I can't keep up and I can't back down
I've been losing so much time

Cause it's you and me and all of the people with nothing to do
Nothing to lose
And it's you and me and all of the people
And I don't know why, I can't keep my eyes off of you

All of the things that I want to say just aren't coming out right
I'm tripping on words
You've got my head spinning
I don't know where to go from here

Cause it's you and me and all of the people with nothing to do
Nothing to prove
And it's you and me and all of the people
And I don't know why, I can't keep my eyes off of you

There's something about you now
I can't quite figure out
Everything she does is beautiful
Everything she does is right

Cause it's you and me and all of the people with nothing to do
Nothing to lose
And it's you and me and all of the people
And I don't know why, I can't keep my eyes off of you
and me and all of the people with nothing to do
Nothing to prove
And it's you and me and all of the people
And I don't know why, I can't keep my eyes off of you

What day is it?
And in what month?
This clock never seemed so alive

Friday, April 07, 2006

Sobre as queixas-crime contra o downloaders

Esta semana ficamos a saber que a Associação Fonográfica Portuguesa (AFP) e a International Federation of the Phonographic Industry (IFPI) vão avançar com as primeiras queixas-crime em Portugal contra utilizadores do peer-to-peer não autorizado.
Não se sabe muito bem os contornos do processo ou melhor, não se sabe muito bem em que critérios é que se vão basear para processar 28 pessoas e não a 29ª, mas parece que é irreversível e não deverá parar por aqui.
Tudo isto leva-me a pensar no que estará por detrás disto tudo. A AFP diz que as vendas de música em Portugal terão decrescido 40% nos últimos anos e que assim não é possível apostar em novos valores da música portuguesa. Resumindo, os downloads de música "ilegais" estarão a destruir a indústria fonográfica portuguesa e em última instância a capacidade criativa dos músicos portugueses.
Obviamente que não posso concordar com tal visão! Se os números revelam tal decréscimo na compra de música porque não procuram as editoras a explicação nos preços elevadíssimos dos CD's, ou na falta de qualidade das bandas/cantores em quem estas apostam? Porque é bem mais fácil perseguir o miúdo que está em casa a sacar uma música dos Da Weasel do que despedir os D'Zrt, certo?
E toda a argumentação da AFP e a IFPI está cheia de buracos! Como é que conseguem provar uma relação de causa-efeito entre a partilha de ficheiros do José António (nome ficticio, podia ser qualquer um!) e as fracas vendas que teve o último álbum dos Xutos? Como podem provar que existe uma pessoa que seja que como conseguir um álbum na net, o deixou de comprar em CD numa loja? Para mim a relação não é assim tão simples! Eu faço alguns downloads de música na net, normalmente de bandas estrangeiras que vêm o sol cá em Portugal passados uns bons anos após a edição original (lembro-me por exemplo da Dave Matthews Band que tem alguma implantação cá em Portugal e cujos álbuns, são ainda hoje considerados como de importação!!!). No entanto, também compro CD's de bandas nacionais sobretudo e outras que vou encontrando. Onde está a causa-efeito entre eu ter feito o download do álbum dos Placebo "Meds" e o facto de eu não o ter comprado? Não existe porque eu não o iria comprar!
E é neste ponto que ficamos a ver que afinal os downloads "ilegais" são o maior veículo de promoção que um músico pode ter! São estes que constroem o gosto das pessoas por conhecer mais e melhor! Longe vão os tempos em que se promovia um álbum por um videoclip na MTV ou a passagem de um single na rádio! Hoje as pessoas querem mais e mais informação! Ainda por cima a escolha de singles é tudo menos boa! Normalmente, só para aí ao terceiro single é que acertam na melhor música do álbum! Como querem vender se a amostra que dão às pessoas não é a melhor?
E depois há o que distingue os grandes músicos daqueles que são fabricados: as actuações ao vivo! As actuações ao vivo não podem ser pirateadas e o controlo de acesso é eficaz! Porque é que a indústria fonográfica mundial continua a apostar em produtos de estúdio que não dão concertos e quando os dão são verdadeiros fiascos? (Alguém se lembra da passagem da Britney Spears pelo Rock in Rio Lisboa 2004?) Ora, se uma banda produz boa música terá sempre pessoas dispostas a pagarem bom dinheiro para as verem actuar e a sensação de estar num concerto é única, irrepetível, irreproduzível!!! Então, meus caros senhores, façam-se à estrada e mostrem quão bons vocês são e deixem-se de desculpas!!!
Espero sinceramente que estas queixas-crime não deem em nada e as pessoas visadas possam permanecer sossegadas no seu lar, em frente ao computador, em família e sobretudo que tenham oportunidade de desfrutar de concertos de qualidade!

Wednesday, April 05, 2006

Há quanto tempo!!!


Quanto tempo se passou desde aquele fatídico dia 05 de Abril de 1994! 12 anos após a chama de Kurt Cobain continua a viver em todos quantos aqueles que tiveram a felicidade de se cruzar com a música dos Nirvana!
Já não me lembro ao certo como foi aquele dia para mim, o que fiz, onde estive mas lembro-me perfeitamente de ter sentido um aperto no coração. Era um jovem que andava no secundário para quem a música era algo de muito importante, que sentia cada som, que encontrava nas letras uma explicação para os seus sentimentos.
Naquele dia parte de mim desabou porque os Nirvana eram (e continuam a ser) a minha banda favorita. A morte do Kurt Cobain acabava com os Nirvana, acabava com o grunge, acabava com o niilismo. Foi duro, mas devo confessar que foi como sair da idade das trevas! O fim do negativismo trouxe mais alegria à música, mas também ao dia-a-dia das pessoas. Trouxe uma vontade de conhecer outros sons para além daqueles aos quais estava viciado. O grunge estava morto mas a música não e os Nirvana continuam a viver em mim, ainda e sempre!!!

Tuesday, April 04, 2006

Mando Diao à conquista do mundo

O nome até parece africano ou algo parecido, mas a banda é bem lá do norte, mais precisamente da Suécia. Um quarteto com duas vozes em Bjorn Dixgard e Gustaf Noren e que nos transportam para os anos 60. Este é o seu segundo álbum.
Inclui-los no mesmo saco que uns Strokes, Jet ou The Hives seria limitar à partida o seu raio de acção que nos leva também a visitar um ambiente pub à la Oasis ou uns duetos dignos dos Beatles de John Lennon e Paul McCartney.
Cançoes com "Clean Town" ou "Down in the Past" farão as delícias das rádios simplesmente porque são perfeitos singles. "Added Family" é uma algre melodia, enquanto "All My Senses" traz-nos um órgão a fazer lembrar os The Doors de "Light My Fire". E podemos ainda encontrar uma música acústica de seu nome "Ringing Bells".
Altamente recomendado para todos aqueles que adoram o retro-rock e todos os outros, numa altura em que bandas como os Libertines ou os Oasis vêem a sua chama a desaparecer. Do norte da Europa vem uma nova chama.

Hurricane Bar

Lançamento: 08 MAR 06
Editora: Mute

Alinhamento:

1. Cut The Rope
2. God Knows
3. Clean Town
4. Down In The Past
5. You Can't Steal My Love
6. Added Family
7. Annie's Angle
8. If I Leave You
9. Ringing Bells
10. This Dream Is Over
11. White Wall
12. All My Senses
13. Kingdom & Glory
14. Next To Be Lowered

Jack Johnson e amigos na brincadeira

Ainda não chegou cá o filme Curious George, nem tão pouco sei sobre que se trata. Mas o álbum de Jack Johnson e amigos trata de amizade em tom quase infantil, mas sem fugir ao registo de Jack Johnson. O tema de abertura "Upside Down" é bem revelador do que Jack Johnson tem para mostrar com um tom meio groovy. E depois há as colaborações dos amigos, Ben Harper, G. Love e Matt Costa.
A mensagem está lá para miúdos e graúdos e todos estes vão adorar. Afinal o que há para não gostar neste álbum?

Data Lançamento: 07 FEV 06
Editora: Universal

Alinhamento:

1. Upside Down
2. Broken
3. People Watching
4. Wrong Turn
5. Talk Of The Town
6. Jungle Gym
7. We're Going To Be Friends
8. The Sharing Song
9. The 3 R's
10. Lullaby
11. With My Own Two Hands
12. Questions
13. Supposed To Be

Wednesday, March 15, 2006

Ben Harper de volta à luz do dia!

Aí está a chegar às lojas o novo álbum de Ben Harper "Both Sides Of The Gun", cujo lançamento ocorrerá no próximo dia 21 de Março.
Um ano após o último lançamento juntamente com os Blind Boys of Alabama no álbum ao vivo "Live At The Apollo", Ben Harper volta aos lançamentos a solo e os eventuais resquícios gospel que se previam figurar neste álbum, afinal não se encontram lá.
Este álbum duplo, apresenta duas facetas, uma de lamento (no 1º CD, Morning Yearning) e um de reinvindicação de algo melhor (no 2º CD, Better Way).
A verdade é que o 1º CD tem um ambiente de saudade, tristeza, dor. A primeira música "Morning Yearning" tem uma abertura murmurante com arranjos cuidados de piano, violino, violoncelo. Ainda neste primeiro CD podemos encontrar um ambiente semi-bossanova em " Never LEave Lonely, ou um lamento intenso em "Reason to Mourn". Tudo termina com uma canção de embalar ao som de piano "Happy Everafter In Your Eyes".
O 2º CD tem toda a vivacidade que faltava no primeiro CD. "Better Way" tem sons arábicos no seu inicio e final e uma pitada de gospel. Depois temos disco dos anos 80 com "Both Sides Of The Gun" ou "Black Rain", os anos 80 a fazerem-se sentir. Mas Ben Harper não fica por aqui. Vai ao country com "Gather 'Round The Stone", ao blues com "The Way You Found Me" e ao rock n roll com "Please Don't Talk About Murder" ou "Get It Like You Want It" (quase uma aproximação aos Rolling Stones!).
Tudo junto dois álbuns num só. Para todos os que gostam de Ben Harper e tentam encontrar conforto na música temos o 1º CD, para todos aqueles que adoram a sua faceta de músico, de guitarrista, de lutador neste mundo temos o 2º CD.
Para mim, um álbum que aproxima em termos de qualidade o Fight For Your Mind. Gostos!

Both Sides Of The Gun

Lançamento: 21 MAR 06
Editora: Virgin Records

Alinhamento:

MORNING YEARNING
1. Morning Yearning
2. Waiting For You
3. Picture In A Frame
4. Never Leave Lonely Alone
5. Sweet Nothing Serenade
6. Reason To Mourn
7. More Than Sorry
8. Cryin' Won't Help You Now
9. Happy Everafter In Your Eyes

BETTER WAY
1. Better Way
2. Both Sides Of The Gun
3. Engraved Invitation
4. Black Rain
5. Gather 'Round The Stone
6. Please Don't Talk About Murder While I'm Eating
7. Get It Like You Like It
8. The Way You Found Me
9. Serve Your Soul

Tuesday, March 14, 2006

Yeah Yeah Yeahs! Novo álbum

Está aí a chegar o novo álbum dos nova-iorquinos Yeah Yeah Yeahs de seu nome "Show Your Bones"!
Tive oportunidade de ver a banda de Karen O, Nick Zinner e Brian Chase há uns anos em Paredes de Coura e daí ficou na retina a energia de Karen O em palco e muita distorçã o à mistura. Tudo em ambiente pós-punk.
Este álbum traz mais ambiente obscuro da cidade, uma viagem aos clubes de New York mas também uma maior aproximação a um som mais pop, como por exemplo o single de estreia, "Gold Line" (que parece uma música das Hole de Courtney Love e Melissa Auf Der Maur).
O som que sai já não é tão dificil de encaixar na nossa cabeça e a aproximação a P.J.Harvey é por demais evidente. Afinal ela continua a ser a fonte inspiradora de tantas bandas pelo mundo fora, principalmente quando a liderar estas se encontra uma mulher!

Show Your Bones

Lançamento: 28 MAR 06
Editora: Interscope Records

Alinhamento:
1. Gold Lion
2. Way Out
3. Fancy
4. Phenomena
5. Honeybear
6. Cheated Hearts
7. Dudley
8. Mysteries
9. The Sweets
10. Warrior
11. Turn Into

Monday, March 13, 2006

Jack Johnson: Cantando à volta da fogueira junto ao Atlântico

Jack Johnson está de volta a Portugal! Desta vez para um concerto no Pavilhão Atlântico que há muito se encontra esgotado.
O que transforma Jack Johnson num fenómeno de popularidade em Portugal? A simplicidade da sua música, a sua atitude cool, a sua voz, a possibilidade de estarmos à noite sentados à volta de uma fogueira no Hawaii com um grupo de amigos a cantar, a beber, a partilhar experiências. Tudo isto dentro de um Pavilhão em Portugal!!!
O seu último álbum, In Between Dreams, tem na capa amarela Jack Johnson virado para o mar. A capa dá-nos um sentimento de luminosidade, ar livre e animação. E o álbum faz juz à capa. As canções são simples e todas têm uma batida própria. Uma música encaixa-se na próxima e por vezes é difícil encontrar onde acaba uma e começa a outra.
As letras são extremamente bem escritas e cantadas. Jack Johnson tem uma voz ao mesmo tempo cativante e divertida.
Focar apenas uma ou duas músicas seria extremamente injusto para com um álbum que prima pela sua harmonia. No entanto, não será de estranhar que aos seus ouvidos tenha chegado "Sitting, Waiting, Wishing", “Better Together”, “Staple It Together” ou “Do You Remember”.

In Between Dreams

Lançamento: 01 MAR 2005
Editora: Universal

Alinhamento:
1. Better Together
2. Never Know
3. Banana Pancakes
4. Good People
5. No Other Way
6. Sitting, Waiting, Wishing
7. Staple It Together
8. Situations
9. Crying Shame
10. If I Could
11. Breakdown
12. Belle
13. Do You Remember
14. Constellations

Friday, March 10, 2006

Ali Farka Touré: o adeus do nome maior da música africana

Ali Farka Touré nasceu em 1939 em Kanau no Mali. Desde cedo demonstrou uma enorme paixão pela música e especialmente pelos instrumentos de cordas. Tornou-se no nome maior da música de um país, de um continente, da World Music. Fundiu a música local com o blues e trouxe ao mundo os sons africanos.
Fruto de um trabalho conjunto com Ry Cooder, venceu um Grammy para World Music com o álbum "Talking Timbuktu", tendo abandonado a música para se dedicar à agricultura, de onde emergiu em 2003 para lançar o álbum "Bogolan à Bamako", tendo ainda vencido um segundo Grammy este ano com o seu trabalho conjunto com Toumani Diabaté, "In The Heart of The Moon".
Faleceu esta semana com 66 anos, vitima de cancro de que padecia há já algum tempo e que o tinha obrigado a permanecer em sua casa em Bamako desde Setembro último.
Do álbum Talking Timbuktu, recordo o murmúrio blues de Amandrai e Keito, os sons árabes de Banga ou do próximo oriente de Diaraby. Indispensável para o conhecimento do que foi, é e será a música africana.

Talking Timbuktu
Lançamento: 29 Março 1994
Editora: Hannibal

Alinhamento:
1. Bonde
2. Soukora
3. Gomni
4. Sega
5. Amandrai
6. Lasidan
7. Keito
8. Banga
9. Ai Du
10. Diaraby

Tuesday, March 07, 2006

Dançando ao som do transistor dos Korn

Longe vai o dia em que comprei o meu primeiro álbum dos Korn, o multi-platinado Follow The Leader. Era um Sábado à tarde e passava pela Roma Megastore de Santa Catarina. Parei, entrei, ouvi o álbum e resolvi comprar.
Da primeira audição descobri logo que o vocalista e principal compositor sofria de graves problemas psiquicos, fruto de uma infância pautada pela violência e abusos (informações mais tarde recolhidas).
A raiva estava sempre presente, a incompreensão da sociedade perante uma nova geração de jovens encontrava nos Korn o seu expoente, depois de terem ficado orfãos dos Nirvana nos inicios dos anos 90.
Juntamente à raiva encontrava-se um som pesado mas pautado pelo som groovy do baixo que em termos musicais torna únicos o som dos Korn que juntamente com a gaita de foles (de vez em quando incorporada por Jonathan Davies).
O ultimo album dos Korn traz um pouco mais do mesmo, com novas experiências musicais e com um super-groovy Twisted Transistor. Uma música que nos fala da incompreensão e indiferença do mundo perante o individuo, o qual encontra na música o elemento que o compreende. O som é diabólicamente dançável. Fica a letra e a recomendação.

Twisted Transistor

Hey you, hey you, Devil's little sister
Listening to your Twisted Transistor
Hold it between your legs
Turn it up, turn it up
The wind is coming through
Can't get enough

A lonely life, where no one understands you
But don't give up, because the music do
Music do [x6]

Because the music do
And then it's reaching
Inside you forever preaching
Fuck you too
Your scream's a whisper
Hang on you
Twisted Transistor

Hey you, hey you, finally you get it
The world ain't fair, eat you if you let it
And as your tears fall on
Your breast, your dress
Vibrations coming through
You're in a mess

A lonely life, where no one understands you
But don't give up, because the music do
Music do [x6]

Because the music do
And then it's reaching
Inside you forever preaching
Fuck you too
Your scream's a whisper
Hang on you
Twisted Transistor
Music do [x4]

Hey you, hey you, this won't hurt a bit
This won't hurt a bit, this won't hurt
Says who? Says who?
Anesthetize this bitch
Anesthetize this bitch, anesthetize!
Just let me be
Between you and me don't fit

Because the music do
And then it's reaching
Inside you forever preaching
Fuck you too
Your scream's a whisper
Hang on you
Twisted Transistor

Eat, Drink, Be Merry

O titulo deste post nada mais é do que o lema da Dave Matthews Band.
Sou fã, grande fã da Dave Matthews Band desde o seu álbum Before Those Crowded Streets. Contagiou-me o ambiente de jam session desse álbum e vim a descobrir que os álbuns de originais servem apenas de catapulta para aquilo que faz desta banda algo de único, os concertos.
Para grande pena minha nunca tive oportunidade de assistir a um concerto da DMB, principalmente porque desde 1998 que a banda não actua na Europa, quanto mais em Portugal! E saídas do norte do continente americano contam-se pelos dedos das mãos, a última das quais no Rock in Rio... no Rio de Janeiro.
Ainda assim, tendo ganho fama de grande banda ao vivo principalmente em actuações em universidades norte-americanas, gerou-se um grande movimento de gravações ao vivo, criando-se um mercado de bootlegs gigantesco que a banda soube aproveitar colocando à venda inúmeros concertos ao vivo, mas ao mesmo tempo permitindo as gravações audio dos seus concertos por parte de fãs.
Vai daí muito do que me foi chegando do som da banda são os sons dos concertos e que criaram em mim a vontade cada vezz mais crescente de assistir a um seu concerto.
Infelizmente e apesar de serem uma banda multi-platinada nos EUA, esse estatuto não lhes permite ver os seus álbuns editados cá em Portugal pelas vias normais. Grande parte dos álbuns ainda aparecem com a etiqueta Importado o que aumenta o seu preço e os faz cá chegar meses ou anos depois da sua edição internacional.
Mesmo assim, com o desenvolvimento da internet é agora possivel obter as músicas na data de ediçao internacional, quer pelas vias ilegais (downloads piratas) quer pelas vias legais (downloads através de sites como o iTunes ou compra directa no estrangeiro).
Vai daí que seja possivel ir acompanhando a carreira da banda e do projecto a solo de Dave Matthews.
A mais recente edição da banda é um conjunto de álbuns ao vivo de suporte ao lançamento do álbum de originais Stand Up. Ainda não tive oportunidade de ouvir os álbuns ao vivo, mas sim de Stand Up.
Não existirá muito de novo na criação de Dave Matthews, apenas um pouco mais de suavidade nas canções (porque se tratam verdadeiramente de canções que vão muito para além das músicas) e a mesma alma de sempre. Aquela que nos faz sentir felizes ao ouvir cada nota de cada canção, que nos faz acordar para a beleza da vida, para aqueles que nos acompanham todos os dias, aqueles que amamos.
Fiquem então com o alinhamento do álbum e fica a promessa de mais comentários aos novos álbuns ao vivo da Dave Matthews Band.

Dave Matthews Band - Stand Up

Data de Lançamento: 10 Maio 2005
Editora: RCA

1. Dreamgirl
2. Old Dirt Hill (Bring That Beat Back)
3. Stand Up (For It)
4. American Baby Intro
5. American Baby
6. Smooth Rider
7. Everybody Wake Up (Our Finest Hour Arrives)
8. Out Of My Hands
9. Hello Again
10. Louisiana Bayou
11. Stolen Away On 55th & 3rd
12. You Might Die Trying
13. Steady As We Go
14. Hunger For The Great Light

Coldplay no trilho dos U2

Bem, devo dizer que nunca fui grande fã dos Coldplay. A verdade é que o ambiente depressivo do primeiro album não me trazia nada de bom à vida, pelo que evitava ouvi-los a todo o custo. Enfim, gostos...
O certo é que do ambiente depressivo as melodias dos Coldplay passaram a ser mais mexidas, mais alegres, mais easy-listening pelo menos para mim. Foi assim com o A Rush of Blood to the Head e é isso que se passa com o novo X & Y.
Deste último álbum tem tido alta rotação a música Talk. Peço desculpa a todos os fãs dos U2, mas assim que começa a música com um solo de guitarra, a única coisa que me lembro é dos U2 e da guitarra do The Edge. Lamento mas é mesmo isso que me faz lembrar. Não é que o som U2 continue no resto da música mas ficou ali a marca e fez-me pensar terá sido encontrada a banda sucessora da banda de Bono, mesmo em termos de sonoridade. Não duvido que o génio musical de Chris Martin associado à sua vida mais familiar desde que se casou com Gwyneth Paltrow, os poderá por na rota de um sucesso similar ao dos U2.

Talk

Oh brother I can't, I can't get through
I've been trying hard to reach you, cause I don't know what to do
Oh brother I can't believe it's true
I'm so scared about the future and I wanna talk to you
Oh I wanna talk to you
You can take a picture of something you see
In the future where will I be?
You can climb a ladder up to the sun
Or write a song nobody has sung
Or do something that's never been done

Are you lost or incomplete?
Do you feel like a puzzle, you can't find your missing piece?
Tell me how do you feel?
Well I feel like they're talking in a language I don't speak
And they're talking it to me

So you take a picture of something you see
In the future where will I be?
You can climb a ladder up to the sun
Or a write a song nobody has sung
Or do something that's never been done
Do something that's never been done

So you don't know were you're going, and you wanna talk
And you feel like you're going where you've been before
You tell anyone who'll listen but you feel ignored
Nothing's really making any sense at all
Let's talk, let's ta-a-alk
Let's talk, let's ta-a-alk

Fort Minor - A idade da inocência de Mike Shinoda

Tanto tempo de ausência! Mas eis-me de volta!
Desta vez para falar de um projecto que há bem pouco tempo cheguei até mim, os Fort Minor! Devo dizer que quando pela primeira vez os ouvi através do seu 1º single "Believe Me", não me chamaram muito a atenção. Uma música com uma boa batida e pouco mais! Mas ficou no ouvido a voz de um dos elementos da banda. Seria mesmo Mike Shinoda? Resolvi certo dia investigar e aí estava, os Fort Minor são um projecto paralelo aos Linkin Park de Mike Shinoda.
Fiz o download do álbum (lamento imenso mas comprar um álbum de uma banda que não conheço e pagar 17 euros pelo mesmo não fazem parte das minhas prioridades financeiras!), e descobri o que esperava. Um som mais suave, mais easy-listening mas mais groovy do que os Linkin Park. Afinal Mike Shinoda funciona como MC nestes e os Fort Minor permitem-lhe expandir ainda mais as suas raízes nesse sentido.
Do álbum retirei um Whered You Go (belissima com a participação de Holly Brook e Jonah
Matranga) e Kenji.
A música Kenji reporta-se às raízes de Mike Shinoda dos EUa. A emigração de seu avô Kenji Shinoda para a Califórnia, a constituição da sua família e as vicissitudes que a 2ª Guerra Mundial trouxe às suas vidas!
Da música retirei algo de que nunca tinha ouvido falar: Após o ataque japonês em Pearl Harbor, a comunidade japonesa (assim como, parte da alemã, italiana, romena, etc) foi colocada em internment camps, onde viviam em condições pouco condignas, sem cozinhas ou sanitários adequados e em casas sobre-lotadas. Razão invocada pelos norte-americanos para esta situação:
A defesa nacional uma vez que temiam um ataque interno por parte dos japoneses e também para protegerem a comunidade japonesa dos ataques dos norte-americanos mais radicais que não concebiam a ideia de existirem americanos de origem japonesa sem que estes fossem verdadeiros inimigos!
Para a história ficam estes "campos de internamento (concentração)" e Kenji que não saiu com vida do mesmo.
Fica o testemunho:

Kenji - Fort Minor

My father came from Japan in 1905
He was 15 when he immigrated from Japan
He, he... he worked until he was able to buy this patch
And build a store

Let me tell you the story in the form of a dream,
I don't know why I have to tell it but I know what it means,
Close your eyes, just picture the scene,
As I paint it for you, it was World War II,
When this man named Kenji woke up,
Ken was not a soldier,
He was just a man with a family who owned a store in LA,
That day, he crawled out of bed like he always did,
Bacon and eggs with wife and kids,
He lived on the second floor of a little store he ran,
He moved to LA from Japan,
They called him 'Immigrant,'
In Japanese, he'd say he was called "Issei,"
That meant 'First Generation In The United States,'
When everyone was afraid of the Germans, afraid of the Japs,
But most of all afraid of a homeland attack,
And that morning when Ken went out on the doormat,
His world went black 'cause,
Right there; front page news,
Three weeks before 1942,
"Pearl Harbour's Been Bombed And The Japs Are Comin',"
Pictures of soldiers dyin' and runnin',
Ken knew what it would lead to,
Just like he guessed, the President said,
"The evil Japanese in our home country will be locked away,"
They gave Ken, a couple of days,
To get his whole life packed in two bags,
Just two bags, couldn't even pack his clothes,
Some folks didn't even have a suitcase, to pack anything in,
So two trash bags was all they gave them,
When the kids asked mum "Where are we goin'?"
Nobody even knew what to say to them,
Ken didn't wanna lie, he said "The US is lookin' for spies,
So we have to live in a place called Manzanar,
Where a lot of Japanese people are,"
Stop it don't look at the gunmen,
You don't wanna get the soldiers wonderin',
If you gonna run or not,
'Cause if you run then you might get shot,
Other than that try not to think about it,
Try not to worry 'bout it; bein' so crowded,
Someday we'll get out, someday, someday.

As soon as war broke out
The G.I came and they just come to the house and
"You have to come"
"All the Japanese have to go"
They took Mr. Lee
People didn't understand
Why did they have to take him?
Because he's an innocent labourer

So now they're in a town with soldiers surroundin' them,
Every day, every night look down at them,
From watch towers up on the wall,
Ken couldn't really hate them at all;
They were just doin' their job and,
He wasn't gonna make any problems,
He had a little garden with vegetables and fruits that,
He gave to the troops in a basket his wife made,
But in the back of his mind, he wanted his families life saved,
Prisoners of war in their own damn country,
What for?
Time passed in the prison town,
He wanted them to live it down when they were free,
The only way out was joinin' the army,
And supposedly, some men went out for the army, signed on,
And ended up flyin' to Japan with a bomb,
That 15 kiloton blast, put an end to the war pretty fast,
Two cities were blown to bits; the end of the war came quick,
Ken got out, big hopes of a normal life, with his kids and his wife,
But, when they got back to their home,
What they saw made them feel so alone,
These people had trashed every room,
Smashed in the windows and bashed in the doors,
Written on the walls and the floor,
"Japs not welcome anymore."
And Kenji dropped both of his bags at his sides and just stood outside,
He, looked at his wife without words to say,
She looked back at him wiped the tears away,
And, said "Someday we'll be okay, someday,"
Now the names have been changed, but the story's true,
My family was locked up back in '42,
My family was there it was dark and damp,
And they called it an internment camp

When we first got back from camp... uhh
It was... pretty... pretty bad

I, I remember my husband said
"Are we gonna stay 'til last?"
Then my husband died before they close the camp.