Wednesday, May 24, 2006

E o inferno gelou o paraíso

Pois é, finalmente uma banda de hard-rock ou heavy-metal apareceu no Festival da Eurovisão e resultado? Venceu!!! Os Lordi, provenientes da Finlândia, apareceram mascarados de trolls e esqueletos e conquistaram a Europa da canção. Mas porquê?

Esta era a pergunta que Iládio Clímaco fazia quando observava incrédulo as votações e tratava os membros da banda como “monstrinhos” que faziam uma música ruidosa e tentava explicar que teria sido um sentimento de pena e surpresa que levava a este desfecho.

Nada de tão mais falso. Num festival que é dominado por politiquices, em que o vizinho dá a pontuação máxima ao vizinho e vice-versa, assistiu-se a uma votação massiva na banda proveniente da Finlândia. Claro que os que mais ajudaram foram os vizinhos da Noruega, da Finlândia, da Dinamarca, da Rússia, mas temos que achar também compreensível por se tratarem de países onde o heavy metal tem uma maior implantação. Seja como for, o resto da Europa, com excepção de alguns países do sul votaram na música revelando que os europeus estão fartos da canção pop e pretendem que as representações nacionais sejam verdadeiramente originais.

Dá que pensar aos portugueses que nos últimos anos têm apostado exactamente na canção pop… em português. Quando é que vão perceber que o português só dá dimensão ao que é verdadeiramente nosso, o fado e derivados. Aliás os grandes resultados de Portugal na Eurovisão sempre advieram daí, certo?


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Monday, May 08, 2006

Neil Young de volta ao protesto

O novo álbum de Neil Young de seu nome “Living With War” é um manifesto contra o presidente dos EUA, George W. Bush.

Neil Young sempre foi conhecido pela sua faceta de luta contra o estado letárgico que os americanos costumam adoptar quando os seus presidentes se põem a fazer de Deus do mundo. Quando fazia parte dos Crosby, Stills, Nash and Young lutou avidamente contra a guerra do Vietname e na sua carreira a solo sempre fez referência ao estado de coisas deste mundo, nomeadamente com clássicos como “Rockin’ In A Free World”.

Desta vez, Neil Young tomou como ponto de ataque a política de George W. Bush e faz uma tentativa de alertar as mentes mais adormecidas para o problema que têm em mãos. Musicas como “Living With War”, “Flags of Freedom”, “The Restless Consumer” seguirão esta tentativa de despertar as consciências, seguidas de “Let’s Impeach the President” e “Lookin’ For a Leader” como mensagens directas ao presidente dos EUA. Tudo para terminar com uma mensagem de esperança e de amor a uma pátria que nem sequer é a dele (Neil Young nasceu no Canadá) com “America The Beautiful”.

Em termos musicais, o álbum não traz muito de novo ao que conhecemos de Neil Young. As roupagens são um pouco as mesmas e poderiam ser encontradas em álbuns dos anos 60 ou 80, mas isso não importa nada desde que a mensagem passe.

Friday, May 05, 2006

Há luz depois da razão?

Os Hoobastank estão de volta com um novo álbum de seu nome “Very Man for Himself”, o sucessor de “The Reason”. E suceder a um álbum tão bem acolhido pelas massas não é obviamente uma tarefa fácil. A quantidade de singles extraídos de “The Reason” que dominaram o airplay das rádios não é nada fácil.

O álbum inicia-se com sons da recruta. Um álbum de guerra seria de esperar, ou pelo menos de guerrilha. Contra o país, contra o “establishment”, contra o seu passado, sei lá! E a verdade é que existem músicas assim como “Born to Lead”, “Without a Fight”. Mas há mais. Há muitos potenciais singles. “Moving Forward”, “If I Were You” que já roda nas rádios portugueses que sempre me pareceu um single do álbum “The Reason” pela entrada de Feira popular, e de tão melodiosa que soa. “The First Of Me” ou “Good Enough” vem um pouco no registo dos Hoobastank anteriores a “The Reason”, mais virado para o metal  melodioso. “Without A Fight” parece um sucedâneo de “Same Direction”. “Look Where We Are” é de inicio uma incursão ao country mas bem disfarçada. “If Only” é mais uma “balada” que entrará de certeza facilmente nos ouvidos do pessoal e fará parte de muitas bandas sonoras de romance .

Enfim, um álbum bem conseguido, que obviamente estará umbelicamente ligado ao anterior, mas bem conseguido e que não deixará de ter grande airplay!

Wednesday, May 03, 2006

A idade passa, a pedalada continua lá

Os Pearl Jam estão de volta com mais um álbum de originais, de seu nome… “Pearl Jam”. Não deixa de ser estranho que ao 8º álbum finalmente tenham adoptado o nome da banda para dar nome a um álbum seu. Será um best of? Um recomeçar da banda? Nada disso! Ou melhor, o álbum não nos traz os grandes hinos da banda ou cria no nosso imaginário esperanças que as músicas contidas neste álbum o venham a ser, com uma ou outra excepção. E também não nos estaremos a voltar ao tempo de “Ten”.

Então que temos neste álbum? Pedalada, muita pedalada e uma visita aos anos 60! A idade parece não ter pesado nas pernas, braços, vozes dos membros da banda. A música está consistente, com visitas ao velho rock do amigo da banda Neil Young ou o som surf dos anos 60, muita intervenção social neste mundo cada vez mais dominado pelas grandes corporações e por um governo despótico nos EUA.

O primeiro single da banda de seu nome “Worlwide Suicide” transparece a força que tem o álbum para oferecer. “Marker in the sand” é uma música que certamente atingirá o estatuto de single e que nos traz um pouco de No Code. Temos ainda uma balada de seu nome “Parachutes” que nunca ficará mal por ser tão extremamente simples e bela. Depois vamos a abrir com “Big Wave”, e finalmente temos os Pearl Jam de “Ten” na música “Gone”, provavelmente o próximo single do álbum. O inicio de “Army Reserve” mais parece saído de um álbum dos U2 (a sério que foi a primeira coisa que me fez lembrar, e estava mesmo a ver a voz do Bono ali) mas depois entra mais no registo dos Pearl Jam mais pela intervenção de Eddie Vedder do que propriamente pela música em si. E depois temos o pedido “soul” de “Come Back”, a mais bela música do álbum aquela que certamente fará toda a gente cantar nos concertos e eventualmente acender o isqueiro.

Em suma, o álbum pareceu-me muito bom mas, como sempre, o que importará será quando subirem ao palco nos dias 4 e 5 de Setembro no Pavilhão Atlântico. A essência da música dos Pearl Jam está nos seus concertos e é aí que provam ser uma das maiores bandas do mundo. O álbum serviu certamente para abrir ainda mais o apetite para o concerto.

Monday, May 01, 2006

Quando a imagem não nos sai da cabeça

Não posso dizer que seja um grande apreciador da música dos Lifehouse. Para mim não são mais que uns American Hi-Fi ou similares, filhos menores do Poppy Punk, que juntam melodia e punk(??? Será isso mesmo???).

No entanto, não é essa vertente da sua música que me leva a escrever algo sobre estes. Antes é uma bela música de seu nome “You And Me”. Como tem sido costume nos últimos tempos o que estas bandas têm aproveitado é colocar um pouco de “romance” nas suas músicas e logo nos começamos a identificar com elas.

Nesta música a determinado ponto no refrão cantam “I can’t keep my eyes off of you”. Para mim, como penso para grande parte da população este é o sentimento básico do amor. Mesmo que não falemos, mesmo que estejamos longe nada é mais confortante do que olhar para a pessoa amada ou, na pior das hipóteses, para uma reprodução da sua imagem. O mesmo acontece comigo e essa imagem transpõe-se para o telemóvel, para a cabeça. Todos os dias, ao acordar, ao deitar.

Enfim, foram felizes estes rapazes ao escrever esta música que me traz tanto de conforto como de dor.



"You And Me"

What day is it? And in what month?
This clock never seemed so alive
I can't keep up and I can't back down
I've been losing so much time

Cause it's you and me and all of the people with nothing to do
Nothing to lose
And it's you and me and all of the people
And I don't know why, I can't keep my eyes off of you

All of the things that I want to say just aren't coming out right
I'm tripping on words
You've got my head spinning
I don't know where to go from here

Cause it's you and me and all of the people with nothing to do
Nothing to prove
And it's you and me and all of the people
And I don't know why, I can't keep my eyes off of you

There's something about you now
I can't quite figure out
Everything she does is beautiful
Everything she does is right

Cause it's you and me and all of the people with nothing to do
Nothing to lose
And it's you and me and all of the people
And I don't know why, I can't keep my eyes off of you
and me and all of the people with nothing to do
Nothing to prove
And it's you and me and all of the people
And I don't know why, I can't keep my eyes off of you

What day is it?
And in what month?
This clock never seemed so alive