Friday, April 07, 2006

Sobre as queixas-crime contra o downloaders

Esta semana ficamos a saber que a Associação Fonográfica Portuguesa (AFP) e a International Federation of the Phonographic Industry (IFPI) vão avançar com as primeiras queixas-crime em Portugal contra utilizadores do peer-to-peer não autorizado.
Não se sabe muito bem os contornos do processo ou melhor, não se sabe muito bem em que critérios é que se vão basear para processar 28 pessoas e não a 29ª, mas parece que é irreversível e não deverá parar por aqui.
Tudo isto leva-me a pensar no que estará por detrás disto tudo. A AFP diz que as vendas de música em Portugal terão decrescido 40% nos últimos anos e que assim não é possível apostar em novos valores da música portuguesa. Resumindo, os downloads de música "ilegais" estarão a destruir a indústria fonográfica portuguesa e em última instância a capacidade criativa dos músicos portugueses.
Obviamente que não posso concordar com tal visão! Se os números revelam tal decréscimo na compra de música porque não procuram as editoras a explicação nos preços elevadíssimos dos CD's, ou na falta de qualidade das bandas/cantores em quem estas apostam? Porque é bem mais fácil perseguir o miúdo que está em casa a sacar uma música dos Da Weasel do que despedir os D'Zrt, certo?
E toda a argumentação da AFP e a IFPI está cheia de buracos! Como é que conseguem provar uma relação de causa-efeito entre a partilha de ficheiros do José António (nome ficticio, podia ser qualquer um!) e as fracas vendas que teve o último álbum dos Xutos? Como podem provar que existe uma pessoa que seja que como conseguir um álbum na net, o deixou de comprar em CD numa loja? Para mim a relação não é assim tão simples! Eu faço alguns downloads de música na net, normalmente de bandas estrangeiras que vêm o sol cá em Portugal passados uns bons anos após a edição original (lembro-me por exemplo da Dave Matthews Band que tem alguma implantação cá em Portugal e cujos álbuns, são ainda hoje considerados como de importação!!!). No entanto, também compro CD's de bandas nacionais sobretudo e outras que vou encontrando. Onde está a causa-efeito entre eu ter feito o download do álbum dos Placebo "Meds" e o facto de eu não o ter comprado? Não existe porque eu não o iria comprar!
E é neste ponto que ficamos a ver que afinal os downloads "ilegais" são o maior veículo de promoção que um músico pode ter! São estes que constroem o gosto das pessoas por conhecer mais e melhor! Longe vão os tempos em que se promovia um álbum por um videoclip na MTV ou a passagem de um single na rádio! Hoje as pessoas querem mais e mais informação! Ainda por cima a escolha de singles é tudo menos boa! Normalmente, só para aí ao terceiro single é que acertam na melhor música do álbum! Como querem vender se a amostra que dão às pessoas não é a melhor?
E depois há o que distingue os grandes músicos daqueles que são fabricados: as actuações ao vivo! As actuações ao vivo não podem ser pirateadas e o controlo de acesso é eficaz! Porque é que a indústria fonográfica mundial continua a apostar em produtos de estúdio que não dão concertos e quando os dão são verdadeiros fiascos? (Alguém se lembra da passagem da Britney Spears pelo Rock in Rio Lisboa 2004?) Ora, se uma banda produz boa música terá sempre pessoas dispostas a pagarem bom dinheiro para as verem actuar e a sensação de estar num concerto é única, irrepetível, irreproduzível!!! Então, meus caros senhores, façam-se à estrada e mostrem quão bons vocês são e deixem-se de desculpas!!!
Espero sinceramente que estas queixas-crime não deem em nada e as pessoas visadas possam permanecer sossegadas no seu lar, em frente ao computador, em família e sobretudo que tenham oportunidade de desfrutar de concertos de qualidade!

Wednesday, April 05, 2006

Há quanto tempo!!!


Quanto tempo se passou desde aquele fatídico dia 05 de Abril de 1994! 12 anos após a chama de Kurt Cobain continua a viver em todos quantos aqueles que tiveram a felicidade de se cruzar com a música dos Nirvana!
Já não me lembro ao certo como foi aquele dia para mim, o que fiz, onde estive mas lembro-me perfeitamente de ter sentido um aperto no coração. Era um jovem que andava no secundário para quem a música era algo de muito importante, que sentia cada som, que encontrava nas letras uma explicação para os seus sentimentos.
Naquele dia parte de mim desabou porque os Nirvana eram (e continuam a ser) a minha banda favorita. A morte do Kurt Cobain acabava com os Nirvana, acabava com o grunge, acabava com o niilismo. Foi duro, mas devo confessar que foi como sair da idade das trevas! O fim do negativismo trouxe mais alegria à música, mas também ao dia-a-dia das pessoas. Trouxe uma vontade de conhecer outros sons para além daqueles aos quais estava viciado. O grunge estava morto mas a música não e os Nirvana continuam a viver em mim, ainda e sempre!!!

Tuesday, April 04, 2006

Mando Diao à conquista do mundo

O nome até parece africano ou algo parecido, mas a banda é bem lá do norte, mais precisamente da Suécia. Um quarteto com duas vozes em Bjorn Dixgard e Gustaf Noren e que nos transportam para os anos 60. Este é o seu segundo álbum.
Inclui-los no mesmo saco que uns Strokes, Jet ou The Hives seria limitar à partida o seu raio de acção que nos leva também a visitar um ambiente pub à la Oasis ou uns duetos dignos dos Beatles de John Lennon e Paul McCartney.
Cançoes com "Clean Town" ou "Down in the Past" farão as delícias das rádios simplesmente porque são perfeitos singles. "Added Family" é uma algre melodia, enquanto "All My Senses" traz-nos um órgão a fazer lembrar os The Doors de "Light My Fire". E podemos ainda encontrar uma música acústica de seu nome "Ringing Bells".
Altamente recomendado para todos aqueles que adoram o retro-rock e todos os outros, numa altura em que bandas como os Libertines ou os Oasis vêem a sua chama a desaparecer. Do norte da Europa vem uma nova chama.

Hurricane Bar

Lançamento: 08 MAR 06
Editora: Mute

Alinhamento:

1. Cut The Rope
2. God Knows
3. Clean Town
4. Down In The Past
5. You Can't Steal My Love
6. Added Family
7. Annie's Angle
8. If I Leave You
9. Ringing Bells
10. This Dream Is Over
11. White Wall
12. All My Senses
13. Kingdom & Glory
14. Next To Be Lowered

Jack Johnson e amigos na brincadeira

Ainda não chegou cá o filme Curious George, nem tão pouco sei sobre que se trata. Mas o álbum de Jack Johnson e amigos trata de amizade em tom quase infantil, mas sem fugir ao registo de Jack Johnson. O tema de abertura "Upside Down" é bem revelador do que Jack Johnson tem para mostrar com um tom meio groovy. E depois há as colaborações dos amigos, Ben Harper, G. Love e Matt Costa.
A mensagem está lá para miúdos e graúdos e todos estes vão adorar. Afinal o que há para não gostar neste álbum?

Data Lançamento: 07 FEV 06
Editora: Universal

Alinhamento:

1. Upside Down
2. Broken
3. People Watching
4. Wrong Turn
5. Talk Of The Town
6. Jungle Gym
7. We're Going To Be Friends
8. The Sharing Song
9. The 3 R's
10. Lullaby
11. With My Own Two Hands
12. Questions
13. Supposed To Be