Wednesday, May 03, 2006

A idade passa, a pedalada continua lá

Os Pearl Jam estão de volta com mais um álbum de originais, de seu nome… “Pearl Jam”. Não deixa de ser estranho que ao 8º álbum finalmente tenham adoptado o nome da banda para dar nome a um álbum seu. Será um best of? Um recomeçar da banda? Nada disso! Ou melhor, o álbum não nos traz os grandes hinos da banda ou cria no nosso imaginário esperanças que as músicas contidas neste álbum o venham a ser, com uma ou outra excepção. E também não nos estaremos a voltar ao tempo de “Ten”.

Então que temos neste álbum? Pedalada, muita pedalada e uma visita aos anos 60! A idade parece não ter pesado nas pernas, braços, vozes dos membros da banda. A música está consistente, com visitas ao velho rock do amigo da banda Neil Young ou o som surf dos anos 60, muita intervenção social neste mundo cada vez mais dominado pelas grandes corporações e por um governo despótico nos EUA.

O primeiro single da banda de seu nome “Worlwide Suicide” transparece a força que tem o álbum para oferecer. “Marker in the sand” é uma música que certamente atingirá o estatuto de single e que nos traz um pouco de No Code. Temos ainda uma balada de seu nome “Parachutes” que nunca ficará mal por ser tão extremamente simples e bela. Depois vamos a abrir com “Big Wave”, e finalmente temos os Pearl Jam de “Ten” na música “Gone”, provavelmente o próximo single do álbum. O inicio de “Army Reserve” mais parece saído de um álbum dos U2 (a sério que foi a primeira coisa que me fez lembrar, e estava mesmo a ver a voz do Bono ali) mas depois entra mais no registo dos Pearl Jam mais pela intervenção de Eddie Vedder do que propriamente pela música em si. E depois temos o pedido “soul” de “Come Back”, a mais bela música do álbum aquela que certamente fará toda a gente cantar nos concertos e eventualmente acender o isqueiro.

Em suma, o álbum pareceu-me muito bom mas, como sempre, o que importará será quando subirem ao palco nos dias 4 e 5 de Setembro no Pavilhão Atlântico. A essência da música dos Pearl Jam está nos seus concertos e é aí que provam ser uma das maiores bandas do mundo. O álbum serviu certamente para abrir ainda mais o apetite para o concerto.